Alerta: Em Picos só neste semestre já foram confirmados 175 casos de dengue

No período do calor intenso e devido à proliferação de mosquitos é comum o aumento no número de casos de dengue. Na cidade de Picos foram registradas neste primeiro semestre do ano 396 notificações, destas 175 casos já foram confirmados como dengue.

O número é preocupante, pois supera os dados registrados nos últimos cinco anos. O índice mais elevado foi obtido em 2010, onde houveram 295 notificações de suspeita de dengue, porém o número corresponde ao ano inteiro.
De acordo com a coordenadora de vigilância epidemiológica de Picos, Sandra Karielly, este aumento tem ocorrido em função das fortes buscas, mutirões no combate ao mosquito e ao período de chuvas que foi superior aos anos anteriores.
Sandra ainda ressaltou a importância das campanhas e mutirões como medida para conscientizar a população. “Os mutirões, campanhas são muito importantes, pois acaba sensibilizando a população, onde as pessoas acabam ficando mais atenta para os sintomas e adotando medidas de prevenção contra o foco do mosquito Aedes Aegypti”, enfatizou a coordenadora.
MITOS E VERDADES SOBRE A DENGUE
Quem tem dengue mais de uma vez tem mais chances de contrair a forma hemorrágica da doença.
Mito. A gravidade da dengue depende de um monte de uma série de fatores, que vão desde o tipo até quantidade do vírus inoculada no doente. Uma pessoa que tenha dengue duas a três vezes pode estar mais suscetível, mas não necessariamente terá a dengue hemorrágica quando for picado novamente pelo Aedes aegypti. Ou pode contrair a doença pela primeira vez e, logo de cara, ter a forma mais grave dela, avisa Denise.
Existe um número limitado de vezes que uma pessoa pode pegar a dengue.
Mito. Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem ser contaminadas sucessivas vezes por todos os tipos de vírus circulantes na área. São quatro sorotipos, e dentro de cada tipo, vários genótipos. A resistência da pessoa à determinado vírus também define como o organismo vai reagir a ele, explica a pesquisadora.
Em geral os mosquitos Aedes aegypti picam mais na região do pé e das pernas.
Verdade. Eles se concentram nesta região. Mas a pesquisadora Denise Valle alerta: Ele é oportunista. Se você estiver com outra parte do corpo desprotegida, é ali que a fêmea vai atacar, diz.
Desinfetante nos ralos impede a proliferação do mosquito.
Verdade. O produto pode impedir que a fêmea deposite ovos ali. No entanto, é importante saber que a medida não é definitiva. A maioria dos desinfetantes é à base de cloro, que é volátil. Em algumas horas ele já evaporou, e aquela água virou pura de novo. Um criadouro perfeito para o mosquito, alerta Denise Valle.
Vasilhas de água para cães e gatos não têm perigo de virar criadouro para o Aedes aegypti.
Mito. Elas são um perigo sim. Dois ou três dias são suficientes para que aquela pequena quantidade de água vire um criadouro produtivo, que consegue suportar a evolução do mosquito até ele ficar adulto, diz a especialista. Uma vez embrionado, o ovo vira larva em poucos dias. Em locais onde a temperatura é alta, entre 7 e 10 dias depois essa larva terá se transformado em um mosquito adulto, pronto para infectar a população.
Fora da água, o ovo com o vírus pode suportar um longo período – até mais de um ano.
Verdade. Há registro de ovos que passaram até 450 dias em jejum, sem água, e aguentaram. Eles sobrevivem a um inverno inteiro. Quando chove no verão, o ovo já está pronto. Uma vez em contato com a água, em 7 a 10 dias já tem mosquitos voando, informa Denise. Por isso é tão importante a profilaxia durante o ano todo.
Usar meias brancas protege contra picadas do mosquito.
Mito. O Aedes aegypti tem rejeição à claridade e é atraído pelo calor, por isso teria preferência por tecidos escuros. Apesar disso, ele é capaz de picar uma pessoa mesmo que ela esteja protegida por roupas. O importante é eliminar os criadouros do mosquito, para que ele não circule, diz Denise.
Bromélias são os principais criadouros do mosquito da dengue.
Mito. Ao contrário do que se pensa, a bromélia contribui muito menos do que outros recipientes para a proliferação da dengue. Como a planta forma um recipiente pequeno, ou a água não comporta o crescimento dele até adulto, ou os próprios predadores do próprio Aedes aegypti tratem de eliminá-lo, explica Denise.
Velas de citronela são capazes de espantar o mosquito.
Verdade. Elas têm propriedades repelentes – o cheiro exalado pelas velas acesas afasta o Aedes aegypti. Essa dinâmica, no entanto, só funciona em ambientes fechados, saturados pelo aroma. Como o mosquito não costuma agir em ambientes fechados, a medida não é definitiva. A ação mais efetiva é, de fato, eliminar o criadouro. Usar inseticida, repelente ou velas terá uma ação muito limitada contra o vetor, alerta a pesquisadora.
Crianças e jovens são mais suscetíveis à doença.
Verdade. Especula-se que a circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Por isso, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença.