A crise nos hospitais de Campo Maior e de Castelo do Piauí ocupou o noticiário da semana passada. A situação foi exposta a partir de áudios de seus diretores que vazaram através das redes sociais, nas quais relataram a falta de insumos para o funcionamento dos hospitais.
O secretário de Saúde, Florentino Neto, também se pronunciou, negando a crise. Ele garantiu até que o Hospital de Campo Maior, por exemplo, tem R$ 500 mil sobrando em caixa e créditos a receber.
O vazamento dos áudios resultou na exoneração dos diretores dos dois hospitais e repercutiu amplamente também nos meios políticos.
Estado deve a hospitais
A penúria dos hospitais, negada pelo secretário de Saúde, não se resume, porém, a esses dois. A situação da saúde no interior é dramática.
Conforme o Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde, estão atrasados os repasses para os 94 Hospitais de Pequeno Porte (HPP). Esse atraso já chega a 10 meses.
São quatro meses do Governo Zé Filho e os demais do Governo Wellington Dias.
O Cosems informou que houve gestões junto à Secretaria de Saúde, intermediadas pela APPM e pelo próprio Conselho, para acertar os pagamentos, mas os vários acordos firmados ao longo do tempo não foram cumpridos.
Mais atraso
O Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde informou ainda que estão atrasados também os repasses dos recursos do cofinanciamento do Sus. Esse atraso chega a 12 meses de atraso.
O Governo do Estado deve repassar esses recursos para os municípios com o objetivo de fortalecer a atenção básica no interior. Aí estão incluídas as ações do Programa de Saúde da Família (PSF).
O município com 10 mil habitantes deve receber R$ 9 mil por mês. O que tem 20 mil habitantes tem direito a um repasse mensal de R$ 19 mil para o confinanciamento da atenção básica.O repasse desses recursos está atrasado para os 224 municípios do Piauí.
O Cosems não soube informar o valor da dívida. Só o município de Teresina tem R$ 15 milhões a receber.
Justiça
Agora, os prefeitos começam a buscar a via judicial para resolver o problema, ou seja, para receber os pagamentos em atraso.
Eles alegam que não têm condição de continuar bancando as despesas com a saúde sem a contrapartida obrigatória do governo.
CIdade Verde