Manifestantes deixam terminal de petróleo após 12 horas de negociação
O terminal de petróleo abastece cerca de 80% dos postos de combustíveis do estado. O local estava há quatro dias bloqueado.

Atualizada às 20h30
Os manifestantes liberaram por volta de 19h desta segunda-feira (28) a entrada do terminal de petróleo de Teresina. Após 12 horas de negociação com a coordenadora de gerenciamento de crise da Polícia Militar do Piauí, coronel Júlia Beatriz, eles resolveram liberar a saída de caminhões com combustíveis. Não foi preciso o uso de força federal.
O terminal de petróleo abastece cerca de 80% dos postos de combustíveis do estado. O local estava há quatro dias bloqueado.
Antes, os manifestantes tiveram uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Rubens Pereira. Com acordo, eles ajudaram a PM e PRF a retirar os troncos de árvores que estavam impedindo a saída dos caminhões.
Por volta das 20h30, saiu o primeiro caminhão carregado com combustível.
Os manifestantes afirmaram que preferiram concordar com a liberação e permitir a passagem dos caminhões, porque não queriam que houvesse violência. Também de acordo com eles, não havia como a quantidade pequena de populares que estavam no local medir forças e bater de frente com a polícia, que estava pronta para realizar a desobstrução.
“Queríamos fazer tudo de forma pacífica e como não tínhamos força para bater de frente com a polícia, sabíamos que éramos poucos, que muita gente já tinha ido embora, preferimos abrir caminho. A coronel Júlia Beatriz falou que se a gente não saísse ia ter confronto com a polícia, podia ser violento, então foi o jeito a gente liberar”, disse Bruce Dickson, membro da comissão de manifestantes.
Atualizada às 17h
A coordenadora do gerenciamento de crise da Polícia Militar do Piauí, coronel Júlia Beatriz informou que irá cumprir ainda hoje (28) a decisão do Ministério Público Federal que determina a desobstrução do terminal de petróleo de Teresina.
Na tarde desta segunda, o MPF enviou nova representação ordenando que o governo convoque homens do Exército para desocupar o terminal.
Um grupo de manifestantes procurou a coronel Júlia Beatriz tentado abrir um diálogo para negociação. A coronel disse que levará a reivindicação dos manifestantes e tentará marcar uma reunião com algum representante do governo, para que as solicitações dos manifestantes sejam ouvidas. Contudo, a coronel afirma que deixou claro para todos que a liberação dos caminhoneiros será cumprida hoje, conforme foi determinado pela justiça.
Atualizada às 15h30
O Ministério Público Federal (MPF) informou, no começo da tarde desta segunda-feira (28), que requisitou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Exército para retirar os manifestantes que estão impedido a saída de caminhões do Terminal de Petróleo de Teresina. Eles estão no local desde a saída dos motoristas de aplicativos, que fecharam o terminal até a manhã de hoje.
De acordo com o MPF, desde o domingo o procurador da República, Marco Túlio Lustosa Caminha, tenta a desobstrução prometida pela Secretaria de Segurança do Estado.
Além da Força Tática da Polícia Militar, a PRF está no local. Ainda não há registro de militares do Exército. Os motoristas de ônibus que estavam em protesto na avenida João XXIII durante a manhã tentaram estacionar em frente ao terminal, mas foram impedidos.
A pé, populares fecharam uma das saídas onde os caminhões poderiam passar no terminal de petróleo. Estudantes de cara pintada e com a bandeira do Brasil se aglomeram no local.
Os manifestantes organizaram uma comissão formada por quatro pessoas para melhor se articular diante do movimento. Eles reivindicam a diminuição do ICMS sobre o preço do combustível no Piauí e dizem que ficarão interditando o local por tempo indeterminado.
A comissão faz um apelo para que o governador compareça ao local para dialogar.
Ricardo Azevedo, médico veterinário e um dos membros da comissão, diz que pessoas de todas as áreas estão participando da manifestação de caráter pacífico.
“Aqui estão pais e mães de família, crianças, grávidas, estudantes e o que a gente quer é a redução do imposto sobre a gasolina, que é muito alto. É o segundo maior do país, só perde para o Rio de Janeiro”, garante.
Bruce Dickson, estudante e também membro da comissão, os manifestantes, condenaram a ação da polícia considerada “truculenta” durante o início do movimento.
“Eles quiseram usar de truculência, no começo, não queria dialogar. Aí depois foi que a PRF começou a querer dialogar e a coronel Júlia Beatriz, da PM, tentou apaziguar os ânimos. Eu quero dizer que o movimento continua por tempo indeterminado”, falou.
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