A suspensão de novas bolsas de estudo para estudantes de pós-graduação concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), uma fundação do Ministério da Educação (MEC), vai atingir todas as áreas de conhecimento e pode afetar pesquisas. O “congelamento” das bolsas ocorre a partir desde mês de maio, segundo a assessoria da fundação e atinge até as bolsas de pós-doutorado, o nível mais alto de pesquisa.
Ao todo, a Capes oferece 200 mil bolsas de estudo para que os universitários possam se dedicar ao desenvolvimento da ciência. O total de bolsas suspensas, as áreas de pesquisa afetadas e o valor congelado não foram divulgados.
Os estudantes que aguardavam que outros universitários concluíssem seus estudos e liberassem a bolsa para uso de outro aluno estão sem saber quando poderão retomar os recursos. Segundo a Capes, o bloqueio não atinge estudantes cujos mestrados e doutorados estão em andamento.
O valor mensal por estudante é de R$ 1,5 mil no mestrado e R$ 2,2 mil no doutorado.
Em nota, a Capes diz que o sistema para geração de folhas de pagamento “permaneceu fechado para ajuste da concessão de bolsas” neste mês, o que, na prática, significa o “recolhimento de bolsas que estavam à disposição das Instituições”.
Nesta quarta, o pró-reitor de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, enviou um comunicado aos professores demonstrando “preocupação” com os cortes de verbas no MEC e na Capes.
Novas medidas na Capes
Além do congelamento das bolsas identificadas nos programas de pós-graduação, a Capes prevê:
- Redução gradativa da concessão de novas bolsas para todos os cursos que se mantêm com nota 3 (conceito mínimo de permanência no sistema de pós-graduação da CAPES) no período de dez anos. Atualmente, 211 programas têm essa pontuação;
- Suspensão de novas bolsas do programa Idiomas Sem Fronteiras originado do Ciência sem Fronteiras.
Segundo a Capes, serão reforçadas as parcerias com o setor empresarial, para que possam ser ampliados os investimentos em pesquisa.
Do G1
